23.10.13

O palácio de Inverno - Resenhando #08

Olá leitores, minha primeira postagem aqui no blog e não poderia ser de um outro livro, teve que ser do meu livro preferido, espero que gostem, beijos Luana Farias :)


Livro: O Palácio de Inverno
Tradução: John Boyne
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 456




Depois de todas as coisas positivas que chegaram aos meus ouvidos sobre John Boyne, me vi comprando quase que automaticamente O Palácio de inverno e devo dizer que felizmente tudo de positivo sobre a narrativa de Boyne se confirmou e todas as minhas expectativas foram superadas.
O Palácio de Inverno conta a história de Geórgui Jachmenev, um homem que está prestes a perder a mulher com quem passou a maior parte de sua vida, começa a relembrar quem ele foi, o que ele fez, quais as boas coisas que ele deixou, quem a existência dele chegou a tocar... Um homem, que assim como todos os outros, teve seus momentos de egoísmo, foi cegado pelo poder, pela ilusão, mas que soube ser leal e verdadeiro, leal a Zoia, sua amada esposa, leal ao ultimo Czar Russo e sua família e verdadeiro com tudo e todos que o cercaram durante toda sua vida.
Boyne intercala os capítulos no livro, conhecemos um Geórgui jovem, ingênuo, desprovido de recursos e oportunidades, um Geórgui que não via possibilidades de sair de sua pequena aldeia, mas que acaba salvando a vida do primo do Czar e por isso vai para São Petersburgo, viver uma vida regada a mordomias que até então o jovem desconhecia. Geórgui entra no “seio” da família real, se torna próximo ao Czareviche Alexei (de quem ele é guarda costas), se torna amigo dos guardas mais próximo ao Czar, se torna alvo dos olhares das Grã duquesas e de uma grã duquesa em especial, desperta o amor no coração de Anastácia, desperta a curiosidade no amargo coração de muitos outros e desperta em nós leitores, uma grande vontade de saber seus próximos passos, de chorar suas próximas infelicidades. E nos próximos capítulos temos a oportunidade de acompanhar Geórgui, já idoso, já vivido, já com a alma e seus pesares apaziguados pelo tempo, temos a oportunidade de conhecer um Geórgui (e também uma Zoia) maduro e tranqüilo, um homem que sabe que somente se arrepender não muda nada, um homem que tem muito a nos ensinar, que tem muito sobre o seu amor pelos livros, pela filha, pela esposa, pelo melhor amigo morto, pela vida, para compartilhar com o leitor, um homem que passa lições e não são poucas essas lições.
Boyne não pecou em momento nenhum da história, li e reli inúmeras vezes O Palácio de Inverno, procurando defeitos e não os encontrei. Personagens reais, mesclados com personagens criados pela mente brilhante do autor, um romance histórico arrebatador e a melhor narrativa que já tive o prazer de acompanhar, esses são os ingredientes desse livro que nunca vai desocupar o primeiro lugar do meu coração.





"- Posso chama-lo de Geórgui?
- Pode.
- Gosto desse nome.
- Significa lavrador - respondi encolhendo os ombros constrangido, e ela me sorriu.
- É o que você é? O que você era?
- É o que meu pai é.
- E você, o que você é? - perguntou brandamente. Pensei naquilo; eu nunca tinha me feito essa pergunta antes, mas agora, ali de pé no frio cortante sob as colunas, com essa jovem diante de mim, parecia haver uma única resposta verdadeira.
- Sou seu."

Nenhum comentário:

Postar um comentário