23.8.14

O Doador De Memórias, Lois Lowry - Resenha #44

Autora: Lois Lowry
Editora: Arqueiro
Páginas: 192


Sinopse: Ganhadora de vários prêmios, Lois Lowry constrói um mundo aparentemente ideal onde não existe dor, desigualdade, guerra nem qualquer tipo de conflito. Por outro lado, também não existe amor, desejo ou alegria genuína.
Os habitantes da pequena comunidade, satisfeitos com suas vidas ordenadas, pacatas e estáveis, conhecem apenas o agora - o passado e todas as lembranças do antigo mundo foram apagados de suas mentes.
Uma única pessoa é encarregada de ser o guardião dessas memórias, com o objetivo de proteger o povo do sofrimento e, ao mesmo tempo, ter a sabedoria necessária para orientar os dirigentes da sociedade em momentos difíceis.
Aos 12 anos, idade em que toda criança é designada à profissão

que irá seguir, Jonas recebe a honra de se tornar o próximo guardião. Ele é avisado de que precisará passar por um treinamento difícil, que exigirá coragem, disciplina e muita força, mas não faz idéia de que seu mundo nunca mais será o mesmo.
Orientado pelo velho Doador, Jonas descobre pouco a pouco o universo extraordinário que lhe fora roubado. Como uma névoa que vai se dissipando, a terrível realidade por trás daquela utopia começa a se revelar.
Premiado com a Medalha John Newbery por sua significativa contribuição à literatura juvenil, este livro tem a rara virtude de contar uma história cheia de suspense, envolver os leitores no drama de seu personagem central e provocar profundas reflexões em pessoas de todas as idades.




"[...] Antes do meu tempo, antes do tempo anterior ao meu, muito tempo atrás. Desistimos das cores quando desistimos do sol e acabamos com as diferenças. [...] Adquirimos controle sobre muitas coisas, mas tivemos de abrir mão de outras."

Pág. 85 

      O doador conta a estória de Jonas que vive em uma comunidade cheia de regras, onde quem desobedece é "dispensado", uma palavra menos aterrorizante do que "morto". As pessoas desde seu nascimento são classificadas em grupos, quando criança por idade que vai até doze, quando se é um "doze", é determinado a profissão que você vai seguir até ser "dispensado", já que mesmo não desobedecendo as regras, quando se torna velho demais para trabalhar, é considerável inútil e é do mesmo modo dispensado. A comunidade determina cada detalhe em sua vida, o que você come, o que você fala, onde você mora, com quem deve se casar, quando pode receber um filho, como se fossem todos robôs, e de certa forma, estão quase se tornando. De tempos em tempos uma pessoa, um "doze" é escolhido para ser o novo "Recebedor de memórias" que é quem recebe memórias do passado e do presente, até antes mesmo de o sistema da comunidade existir, essa pessoa carrega o fardo de saber de tudo, e se tornar impotente diante da situação, é quem "vê além", Jonas é escolhido para se tornar o novo Recebedor, o antigo, se torna o "Doador" e transmite suas memórias a Jonas,  Ele fica indignado com o modo como a comunidade funciona e se pergunta como não havia percebido tudo aquilo antes, como fora controlado toda sua vida e não havia visto problema algum nisso, então ele e doador arquitetam um plano para acabar com o "sistema".

     "O doador" - que agora é "O doador de memórias" - é o primeiro livro de um quarteto, com milhões de leitores ao redor do mundo. Ele é um livro que motiva a não ficar parado e transmite aquela sensação de que sempre podemos fazer algo para melhorar o mundo ao nosso redor - e podemos mesmo -  levanta questões como "Será que fazemos tudo por nossa própria vontade? ou somos induzidos pelas regras da sociedade?", "Temos mesmo escolhas?", é bom para refletir. Ao decorrer da leitura, fica tudo mais misterioso, no livro não fala sobre como era antes da comunidade, o que aconteceu, porque está tudo assim, é um livro curto, do tipo que você só para de ler quando chega ao fim. Eu particularmente gostei muito, toda essa coisa de controle e mistério sempre me deixa obcecado, fico indignado com como é fácil manipular sem que percebam o que de fato está acontecendo, sobre quão absurdo é tudo aquilo, pois já estão acostumados com a mesmice, foi assim que cresceram, assim que vivem desde que podem se lembrar, não experimentaram outro modo de viver, não conhecem mais nada além de sua insignificante "mesmice".

5 comentários:

  1. Estou doida para ler esse livro e ver o filme!
    Beijos
    http://letterofwinter.wordpress.com/

    ResponderExcluir
  2. Oi Victor, nossa, sua resenha está muito boa. Me interessei muito no livro, nossa, deve ser horrível viver numa sociedade assim, e receber todas as memórias... nossa, que fardo. Adoro livros que nos fazem pensar e questionar o mundo e a sociedade que vivemos. Vou procurar ler esse livro sim.

    Já estou seguindo o blog.

    Beijinhos,

    Rafaella Lima // Vamos Falar de Livros?

    ResponderExcluir
  3. Oi Victor, tudo certo?
    Então, eu já conhecia "O Doador de Memórias" e sim, estou louco para lê-lo!
    Adorei sua resenha, bem objetiva e bem opinada, assim como adorei seu blog e já entrou na minha lista de seguindo!
    Grande abraço e que a força esteja com você!
    www.paradageek.com

    ResponderExcluir